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Resgate em altura: Dicas de como proceder

  • Os profissionais responsáveis pelo resgate devem contar com todos os Equipamentos de Proteção indicado para operações em altura, garantindo que não ocorra nenhum outro acidente durante o resgate à vítima;

 

  • Caso a vítima esteja em um local de fácil acesso, podem ser utilizadas técnicas por meio motorizados, o que facilita o transporte. Caso o acesso seja difícil, é indicado o uso de cordas, por cima ou por baixo;

 

  • Há duas formas de resgatar a vítima por cima. Se o local tiver cordas disponíveis, o resgate poderá ser feito com equipamentos como ascensores de punho e peitoral. Porém, em falta de corda, os responsáveis pelo resgate devem utilizar a escalada;

 

  • Ao chegar à vítima, deve-se atentar ao peso dela e a posição em que ela se encontra, garantindo a correta distribuição do peso.

Existem algumas normas e padrões que definem várias cargas horárias para que profissionais possam executar essas atividades. Essas envolvem manobras de médio e alto nível técnico, com seus riscos, devidamente controlados e analisados, além de um treino constante. Para tanto, um trabalho bem planejado deve considerar vários fatores, entre eles o de evitar que aconteça um novo acidente, optando pela técnica de resgate mais fácil, mais rápida e mais eficiente. Sempre que um profissional se pendurar numa corda para efetuar um trabalho, todos os riscos típicos de qualquer atividade que envolva verticalidade estarão presentes, ainda que de forma controlada.

 Mas, como fazer isso?

 

       Resposta 1: PLANEJAMENTO (Através de uma Análise de Riscos)

       Resposta 2: ANCORAGENS DEBREÁVEIS OU UM KIT DE RESGATE PRÉ MONTADO.

Uma das opções acima se encaixa, digamos, em 80% dos casos. É claro que estamos falando em RESGATE SIMPLES, e não RESGATE COMPLEXO, que necessita de equipe maior, uso de maca, alguns casos com atendimento pré-hospitalar e suporte avançado, locais de difícil acesso, etc. Para nosso estudo de hoje serão basicamente casos de trabalhos em altura. Por exemplo: queda com vítima suspensa em andaimes ou estruturas metálicas, telhados, acidentes com trabalhadores em fachadas de prédios, etc., onde qualquer pessoa com um treinamento mínimo de oito horas (padrão para qualificação em Trabalhos em Altura no Brasil, conforme a Norma Regulamentadora 35) consiga executar, se submetida e aprovada à avaliação teórica e prática e ainda PLANEJAR ESSE TRABALHO.

 

A base de todo sistema de resgate simples em altura com vítima suspensa (seja na própria corda, em trava quedas ou talabarte duplo) é: aliviar o peso da vítima, soltá-la de sua ancoragem e depois descer de forma controlada até o chão (para kit de resgate pré-montado). Agora, se você for uma pessoa mais prevenida, já vai montar um sistema de ancoragem debreável, onde o sistema de resgate já estará “embutido”, bastando apenas acionar um freio e descer a vítima. Dessa forma você ganha mais tempo, torna o resgate mais simples e evita que o socorrista se exponha aos riscos da verticalidade. Existem várias formas de conseguirmos executar essas técnicas e inúmeras combinações de equipamentos. Vamos mostrar algumas formas simples e seguras. Mas lembre-se que: TUDO COMEÇA NO PLANEJAMENTO E ANÁLISE DE RISCOS! 

 

ATENÇÃO…

 

O sistema de resgate escolhido deverá estar disponível e funcionando antes do trabalho em altura começar. Acidentes podem acontecer com todos, portanto não pense que você é o “máximo”; cheio de experiência. Seja humilde e se prepare para os riscos aos quais você estará exposto.

SALVAMENTO EM ALTURA | KIT PRÉ-MONTADO

Trata-se de um kit, acondicionado em uma pequena bolsa de fácil transporte e manuseio, que deverá ser facilmente acessado e operado por alguém treinado, quando ocorrer queda com vítima suspensa. Particularmente chamo essa técnica de Sistema de Resgate Passivo, já que depende da instalação do kit na vítima. Esse kit pode ser montado com a combinação de vários equipamentos, desde que obedeçam à seguinte lista:

1 Freio

resgate em altura

Descensores automáticos – I´D e Grigri 2 da Petzl e D4 da ISC

Deverão ser preferencialmente de bloqueio automático, tipo I´D, Grigri, D4; caso você prefira usar o bom e velho freio oito, recomendo usar junto um cordelete com um nó blocante – isso evitará que a vítima caia de forma descontrolada caso as mãos do socorrista soltem da corda. No freio automático, o cordelete não é necessário.

2 Polias Duplas

MA consultoria

Polia Dupla base chata

Preferencialmente de base chata para facilitar o uso com o cordelete que funcionará como captura de progresso. Quanto menores e mais leves forem as polias, melhor será, para que o kit tenha dimensões pequenas, facilitando o uso e transporte.

1 Cordelete ou 1 Trava Quedas ou 1 Bloqueador de Cordas tipo ropegrab ou 1 Rescucender

Resgate em altura

Bloqueadores para captura de progresso

Funcionarão como captura de progresso, ou seja, ao tracionarmos a vítima para liberá-la de sua ancoragem, a captura de progresso evitará que esta volte para sua posição inicial, evitando a queda. Qualquer um dos equipamentos acima pode ser usado, mas particularmente um trava quedas ou blocante de corda facilita muitíssimo a operação do sistema, caso seja necessário liberar a captura de progresso para ajustar o tamanho do bloco de polias; o cordelete terá um pouco mais de dificuldade, mas funcionará tão bem quanto. O único cuidado importante é: ajustar muito bem seu tamanho, pois caso haja muita distância entre o nó blocante e a alça do cordelete poderá ocorrer solavancos e um pequeno fator de queda caso as mãos do socorrista soltem inesperadamente da corda. 

Corda de 11mm (tamanho vai depender do vão livre do resgate)

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Corda certificada de 11mm

 Qual seria um comprimento de corda ideal para se montar um kit desses? Depende. Qual o vão livre que estará entre a vítima e o chão? A quantidade de corda escolhida cabe em uma bolsa de fácil transporte e manuseio? Essas e outras questões deverão ser feitas no momento da análise de riscos, ou seja, dependerá novamente de um bom planejamento. Por exemplo, se em uma indústria o maior vão livre é de 40 metros (silo, caixa de água…), o kit deverá atender pelo menos esses 40 metros, pois a partir daí, os vão menores também serão atendidos. Cordas certificadas geralmente são vendidas em múltiplos de 50 metros, portanto recomendo montar um kit desses com uma corda nessa medida – 50 metros x 11mm – isso dará um vão livre útil de 45 metros e fica bem acondicionada em uma bolsa pequena.

1 Fita  de Ancoragem

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Fita tipo sling com proteção

Esse kit deverá ser ancorado um pouco acima da vítima e nem sempre é possível utilizarmos diretamente um mosquetão. Aí a fita envolve o ponto de ancoragem e teremos isso resolvido. Recomendamos uma fita com carga de ruptura mínima de 22kn, já passada por dentro de uma proteção para cantos-vivos (pode ser um pedaço de mangueira de incêndio velha).

Mosquetão

Mosquetões de aço automáticos

Recomendo mosquetões em aço com trava automática, devido à sua facilidade e segurança de uso. Mosquetões de rosca podem acabar abrindo sem percebermos, durante as movimentações do socorrista no momento do resgate. 

Passo a passo: 

1- Utilizando dois mosquetões e duas polias, monte um sistema de vantagem mecânica de 4:1 com desvio de direção; deixe um mosquetão em baixo e outro em cima; prenda o nó oito duplo, junto com o mosquetão de cima;

Técnica de resgate em altura NR35

2- Monte a Captura de Progresso – prenda o trava quedas, bloqueador de corda ou cordelete na primeira corda que sai da carga;

MA Consultoria

Montagem do kit de resgate em altura | passo 2

3 – Prenda o freio na polia de baixo e instale o outro chicote da corda (que está dentro da bolsa) nele; caso esteja usando o I´D, como na ilustração, não se esqueça de passar a corda novamente no mosquetão (reenvio). 

Resgate em altura NR 35

Montagem do kit de resgate em altura | passo 3

Pronto! Kit de resgate em altura pré-montado em condições! Veja agora como utilizar:

Técnicas de resgate em altura
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